22/09/2009

17 de setembro - nosso vigésimo primeiro encontro




Nosso assunto de hoje foi a Bienal do Livro e a importância da leitura. Muitos queriam ir até a Bienal mas reclamaram do custo, passagens e entrada para toda família, para muitos, fica bem caro. Uma mãe conseguiu uns convites e convidou outra para ir junto com sua filha.

Falamos sobre a Floresta de livros que apareceu na Tv e está na Bienal.
A Amália trouxe um folheto do Instituto Pró-Livro falando de uma pesquisa onde conta que as mães são as maiores incentivadoras dos filhos para ler. É o que estamos descobrindo enquanto lemos para os nossos filhos. Aqui vai uma parte da pesquisa:

"Segundo os resultados da pesquisa, um em cada três leitores tem lembranças da mãe lendo algum livro e 51% dos leitores tem na mãe sua grande incentivadora no processo de ler por prazer. O papel dos pais mostra-se mais relevante ainda quando são feitas comparações entre leitores e não-leitores. Entre as crianças de 5 a 10 anos, 73% delas citam as mães como quem mais as estimularam a ler. A importância feminina é ainda maior no Norte (59%) e no Nordeste (56%) do país, muito acima dos professores. "

Para saber mais, é só ir ao endereço abaixo:


Vimos também um vídeo de uma especialista que fala como os pais podem estimular a leitura dos filhos, ele mostrou tudinho que fazemos. Estamos no caminho certo.
Para quem estiver interessado em ver o vídeo é só ir ao endereço abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=yftYYUzMExM

Também lemos a poesia Ler de Luis Fernando Veríssimo.

Ler é o melhor Remédio!!!

Ler é o melhor remédio

Leia Jornal

Leia outdoor

Leia letreiros da estação de trem

Leia os preços do supermercado

Leia alguém

Ler é a melhor comédia

Leia etiqueta jeans

Leia histórias em quadrinhos

Leia a continha do bar

Leia a bula de remédio

Leia a página do ano passado perdida no canto da pia enrolando chuchus(...)

Leia a vida...

Leia os olhos, leia as mãos, os lábios e os desejos das pessoas

Leia a interação que ocorre ou não entre física, geografia, informática, trabalho, miséria e chateação

Leia as impossibilidades

Leia ainda mais as esperanças

Leia o que lhe der na telha, mas leia e as idéias virão.


Luis Fernando Veríssimo

10 de setembro - nosso vigésimo encontro


Continuamos lendo e conhecendo um pouco mais sobre Agostinho Neto. Ele foi médico além de poeta. Conhecemos um pouco mais de Angola e vimos que este país tem muita coisa parecido com o Brasil, é um povo batalhador e falamos a mesma língua. Lemos mais poesias dele.

Noite
Eu vivo
nos bairros escuros do mundo
sem luz nem vida.

Vou pelas ruas
às apalpadelas
encostado aos meus informes sonhos
tropeçando na escravidão
ao meu desejo de ser.

São bairros de escravos
mundos de miséria
bairros escuros.

Onde as vontades se diluíram
e os homens se confundiram
com as coisas.

Ando aos trambolhões
pelas ruas sem luz
desconhecidas
pejadas de mística e terror
de braço dado com fantasmas.

Também a noite é escura.

3 de setembro - nosso décimo nono encontro



Hoje, ficamos conhecendo um pouco sobre Agostinho Neto. Só sabíamos que era o nome da escola mas não sabíamos nada sobre ele. Agostinho Neto foi o primeiro presidente de Angola e lutou junto do seu povo pela independência do seu país. Ele também era poeta. Lemos uma poesia dele.

Adeus à hora da largada
Minha Mãe
(todas as mães negras
cujos filhos partiram)
tu me ensinaste a esperar
como esperaste nas horas difíceis

Mas a vida
matou em mim essa mística esperança

Eu já não espero
sou aquele por quem se espera

Sou eu minha Mãe
a esperança somos nós
os teus filhos
partidos para uma fé que alimenta a vida

Hoje
somos as crianças nuas das sanzalas do mato
os garotos sem escola a jogar a bola de trapos
nos areais ao meio-dia
somos nós mesmos
os contratados a queimar vidas nos cafezais
os homens negros ignorantes
que devem respeitar o homem branco
e temer o rico
somos os teus filhos
dos bairros de pretos
além aonde não chega a luz elétrica
os homens bêbedos a cair
abandonados ao ritmo dum batuque de morte
teus filhos
com fome
com sede
com vergonha de te chamarmos Mãe
com medo de atravessar as ruas
com medo dos homens
nós mesmos

Amanhã
entoaremos hinos à liberdade
quando comemorarmos
a data da abolição desta escravatura

Nós vamos em busca de luz
os teus filhos Mãe
(todas as mães negras
cujos filhos partiram)
Vão em busca de vida.

(Sagrada esperança)